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Uma viagem missionária do Pastor Karlos Stroberg. – 1927 – De Lucija para Reynaldo Purim

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Rio Novo 26 de maio de 1927

Querido maninho. Saudações!!

Recebi a tua carta escrita em 24/03/27 há bastante tempo atrás, mas não tinha tempo de responder, porquê aqui temos muito serviço e quando a gente trabalha demais durante o dia não tem gosto nem vontade de escrever à noite.

Serviço aqui não falta e ainda o deslocamento de uma casa para outra então para mim e para as correrias, nós temos de sobra.
Aqui nós estamos passando relativamente bem, O tempo também está bom e quente. Umas semanas antes veio uma chuva muito forte e depois quando limpou veio uma grande geada. Para a maioria das pessoas a geada matou muito feijão, o prejuízo foi muito grande. Nós fomos espertos, pois nem feijão nós não plantamos e por isso não tínhamos feijão para a geada matar. Agora o tempo está bom e já há algumas semanas é bastante quente apesar das manhãs serem bem frescas, mas quando chega ao meio dia o suor escorre como no verão, apesar dos dias serem muito curtos.

Hoje é o dia da Ascensão do Senhor e houve uma festa com programa especial na Igreja liderado pelo pessoal da Escola Dominical que foi até o meio dia. As crianças apresentaram poesias, hinos e músicas especiais e àquele café com pão e bolos por 400, réis por pessoa. Há tarde foram correr e fazer piquenique.

Foi hoje também que o Stroberg contou os detalhes de sua viagem, pois ele chegou em casa somente na terça feira à noite de sua viagem missionária que durou 10 dias quando visitou os irmãos da Igreja de Mãe Luzia onde o trabalho foi muito bom. O comparecimento aos cultos foi grande e houve um avivamento e conversões ao lado de Jesus e quando na próxima viagem deverão ser efetuados batismos. O Stroberg ainda foi a Laguna, Tubarão, Pedras Grandes locais onde organizou cultos em clubes e outros locais todos bem concorridos por pessoas muito atenciosas. Insistiram para que voltem liberando locais como clubes e outros lugares inteiramente sem qualquer ônus para a realização destes trabalhos insistindo que levem com os corais e também os músicos. Agora o Stroberg tem um campo muito vasto e não sabemos se ele vai dar conta por que há lugares muito longe. No domingo eles vão a cavalo para Grão Pará onde também eles são bem recebidos pela população local.

Ainda o Karlos Stroberg e um dos Klava foram 6 horas a cavalo e seguidos por outros rapazes carregando instrumentos musicais foram até um pequeno povoado chamado Meleiro habitada por gente de sentimentos muito nobres e é liderada pela distinta família Napoli [ Pode ser algum ramo da família de Miguel Napoli , importante administrador da Cia Metropolitana que foi a Colonizadora de Nova Veneza e adjacências – Ver História de Nova Veneza de Zulmar H. Bortoletto. Pref. Mun. Nova Veneza.] e nesta pequena cidade celebraram um culto muito bem concorrido. Até o padre pôs a disposição o templo da Igreja Católica. Mas, o templo dele era muito pequeno assim mesmo agradeceram e declinaram de tanta consideração, mesmo porquê outro local maior já tinha sido preparado, mas eles fizeram prometer que em outra oportunidade a oferta continuaria em aberto. Os filhos do senhor Napoli disseram que se as visitas continuassem regulares eles iriam construir um local apropriado definitivo isto é um templo para a Igreja.A escola regular aqui no templo da Igreja conta agora com 17 alunos. Quando o Stroberg está em casa, é ele com a Griselde que dão as aulas para as crianças. Quando o Stroberg tem que ir a algum lugar,, então, a Griselde sozinha domina as crianças desobedientes.

Você escreveu para o Karlos Salit? Aqui corre um boato que o Karlis teria casado.

Hoje vou ter que terminar porquê já é tarde e hoje também eu pulei cedo quando o sol apareceu por detrás da Serras eu já tinha dado comida para todos animais e tinha que me apressar mesmo para chegar na hora na Igreja. Amanhã também eu tenho que levantar cedo para Orleans para levar manteiga e ovos.

Ainda teria muito que escrever, pois eu não sei resumir então eu vou continuar na semana que vem quando vou escrever outra vez.
Lembranças do pessoal de Larangeiras e da senhora do Caciano.

Agora vou esperar uma longa carta com muitas notícias.
Ainda muitas lembranças da Lucija.


Filed under: Cartas, de Lucia Purim Tagged: cartas, clima, Feriado, Lembranças, Viagem missionária

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