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Organização da Igreja Batista Leta de Ijui | Autor desconhecido

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A008-1995

O Trabalho
Batista Leto no Sul do Brasil.

Autor Desconhecido
Publicado “Kristiga Draugs” Nº 04/95.
Traduzido por V.A. Purim

Este ano assinalou a passagem do Centenário, de uma das primeiras e agora mais antiga Igreja Batista Leta do Brasil. – A Igreja Batista Leta de Ijuí situada na chamada Linha 11 no Município de Ijuí é sem dúvida a mais meridional de outros centros letos ficando a 120 km da Argentina e a 500 km do Uruguay.

As primeiras famílias que chegaram em Ijuí foram as Akeldans, Kudis, Krombergs, Ulrikis, Mikelson e Priedes quais vieram da Argentina e se instalaram entre as Linhas 4, 5 e 6 do lado oeste do centro da pequena vila de Ijuí, mas o “Lielais “Zakis’ (Grande Coelho) e o Janis Zakis e o Indrikis Paise se instalaram entre as Linha 7 e 8 no lado leste do centro da cidade. Isso aconteceu no ano de 1892. E eles eram todos luteranos.

Um ano depois, no final de 1893 vieram mais, as seguintes famílias: Zjanis Alecsandrs e Lina Keidam, pais do Pastor Rudolf Keidans e avós do William, Benjamim e Karlis Keidan; André Keidans e os filhos Janis, Frizis e Albert; Toms Ukstins com a esposa Emilija e a mãe dela, estes eram os pais do Pastor Karlis Ukstins; estes todos vindos da recém fundada colônia Leta de Rio Oratório. Esta ficava aproximadamente 10 km da primeira colônia leta do Brasil a de Rio Novo no Município de Orleans. Quase nesta mesma época chegaram ( De onde?) as famílias de Ans Vitins, Janis Grims, Jekabs Udrs, Janis Daniels, Indrika Folks, ”Maza”Hartmann (Pequena Hartmann), “Vetza”Samiesha, (Velha). Jekabs e Juris Nazaroffs, Jukum Makevics, Jekabs Gebaurs, Janis Arrais e Mikej Soluns. Do Município de Dom Feliciano vieram as famílias de Juris Links, André Krievins e Lorenc Stekers. – Ainda de Rio Oratório vieram as famílias de Ans Gailis e Fricis Garozs com os filhos. Todas estas famílias se instalaram entre as Linhas 10, 11,12 e 13 do lado Leste. A maioria destas famílias era Batista.

No começo os cultos eram realizados nas casas de Zjanis Keidam, André Keidans e Jukum Makevics e no dia 23 de março de 1895 com 30 membros era fundada a Igreja Batista Leta de Ijuí e durante os primeiros 4 anos foi dirigida pelo Irmão Jukum Makevics (? -1930). Esta era a terceira Igreja Batista Leta no Brasil e a primeira e única no Estado do Rio Grande do Sul. (Depois de Rio Novo e Rio Oratório). Quando em 1898 na inauguração do seu primeiro templo o número de membros era 70. Construíram um prédio para a escola de seus filhos mas o problema, nestas circunstâncias era conseguir um professor.

Um dos grandes acontecimentos na vida das Igrejas Letas no Brasil foi a visita do Pastor Janis Inkis. De 1897 até 1899 visitou todas Igrejas Letas existentes no Brasil em resumo nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em Ijuí ele chegou em janeiro de 1899. Como a maioria dos membros tinham vindo das mais diversas Igrejas e com variados costumes tinham aparecido desavenças e alguns grupos prestavam os seus cultos em separado. Então o primeiro trabalho do Pastor Inkis foi eliminar as aparas e unificar a Igreja. Ele chegou ao extremo de sugerir a inutilização dos Livros de Atas anteriores para que nenhuma desavença fosse levantada baseada em casos antigos que alguém tenha dito ou feito. Demonstrou um grande interesse pela solução do problema da escola e do Professor. Em conjunto com os letos luteranos e vizinhos alemães foi organizado um comitê. Para o problema do professor surgiu uma solução inesperada, pois chegou da Argentina o Sr. André Gailis para visitar o seu pai do qual ele tinha se separado em Rio Oratório. Lá na Argentina ele tinha trabalhado de professor. O Pastor J. Inkis incentivou para que ele ficasse em Ijuí. O pastor Inkis também resolveu o problema do cemitério e estabeleceu um sistema de Correio(?). – Durante o período que ele ficou, foram batizados 12 novos membros.

Ele escreveu para os seus parentes em Lubini, perto de Nowgorods na Russia onde moravam em uma colônia leta sobre as possibilidades da terra brasileira e 1899 antes mesmo de voltar para a Europa recepcionou seus pais irmãos e irmãs que se instalaram na recém fundada colônia de Jacu assu próxima da atual Massaranduba em Santa Catarina.

No ano de 1900 a Associação Missionária Batista Alemã da América enviou para o Brasil o Missionário Heirich Svendener que também visitou a Igreja Leta de Ijuí. Vendo três Igrejas Batistas no Estado de Rio Grande do Sul: duas Alemãs uma em Porto Alegre e uma em Formoza e uma Leta em Ijuí e ainda mais 4 Igrejas Letas no vizinho Estado de Santa Catarina ele reconheceu que seria um bom início para um trabalho da Missão Alemã no Sul do Brasil. Voltando para a América, ele conseguiu que já no próximo ano o Missionário Karlis Roth já estava no Brasil. Visitou Ijuí onde encontrou muita reciprocidade por parte desta Igreja. Em 1902 mais uma vez esteve nesta Igreja onde realizou um trabalho missionário, batizou diversos novos convertidos e fez muitos planos. No ano de 1903 ele abriu um Seminário em Porto Alegre e os primeiros 4 alunos eram letos: Alexandre Klavin, Fricis Leimanis e Janis Netembergs da Igreja Batista Leta de Rio Novo e Richards Jekabs Inkis da Colônia de Jacuassú.

No ano de 1904 Karlis Roots recomendou para pastor da Igreja de Ijuí o recém formado Alexandre Klavin (1865-1905) e prometendo ajuda da Associação Alemã da América. Depois do pastorado de J. Maskevits passaram pela função nesta Igreja os irmãos M. Ansons, Janis Arais(1853-1932) e Toms Ukstins (1872-1929). E também outro aluno de Karlis Roth: Fricis Leimanns de Rio Novo (1861- 1961), durante os anos que ele estudava 1904 e 1905 ele passava as férias ele visitava Ijuí e desenvolvia um grande trabalho de Evangelização entre os letos, alemães e brasileiros. Ele também visitava a Congregação de Neu-Württenberg – agora Panambi onde em 1902 K. Roots já tinha batizado 2 pessoas e em janeiro de 1905 F. Leimanis batizou 8 pessoas. Quando em 1906 organizou-se em Igreja dos 11 membros, 8 tinham sido batizados por F. Leiman.

Na Igreja de Ijuí surgiram desavenças chegando haver grupos que faziam os seus cultos em separado, a maior crise foi a morte do pastor A.. Klavin em 18 de julho de 1905 depois de 16 meses de pastorado. No princípio de 1907 assumiu outro da Igreja de Rio Novo o Janis Netembergs, outro aluno do Karlis Roots, mas ficou somente até o fim do ano mas fazendo um intensivo trabalho entre os brasileiros. Depois da saída do J. Netembergs assumiu o trabalho Fricis Leimanis e foi naquela época que se juntaram os irmãos de Ramadas. Em agosto de 1908 antes de voltar para os Estados Unidos o Mis. Karlis Rots visitou mais uma vez Ijuí e nesta mesma ocasião foi ordenado como pastor Villis Leimanis, (1888-1962) outro irmão do Fricis Leiman também de Rio Novo, qual assumiu a direção do pastorado mais longo desta Igreja. Ele assumiu a Igreja em 1º de setembro de 1908 e ficaram até 1923, 15 longos e abençoados anos. Naquela mesma época os irmãos Fricis e Villis visitavam Ramada ou Linha 1, onde moravam 4 batistas e recomeçaram a obra de evangelismo. Teve bons resultados e 1917 foi organizada em Igreja e assumiu o pastorado V. Leiman até 1919, quando passou para a responsabilidade dos irmãos suecos.

Em 27 de setembro de 1909 a igreja de Ijuí organizou a Congregação de Santo Angelo frutos do trabalho de F. Leiman. Ele fazia viagens mais longas a cavalo e as vezes mais de 500 km e encontrou 3 famílias batistas alemãs na Colônia Guarani que tinha imigrado da Rússia. Como ele não tinha condições de dar assistência regular a esses irmãos recomendou que procurassem o seu irmão Villis. Quando ele começou dar assistência a esta Congregação e ela se associou a Igreja de Ijuí. Deste trabalho no dia 11 de abril de 1911 foi organizada a Igreja com 48 membros que por longos anos continuou sendo visitada por V. Leimanis e deste trabalho surgiram 4 outras Igrejas. –

Continua no próximo número.


Filed under: Crônicas históricas Tagged: História, igreja, Ijuí

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