Quantcast
Channel: Colônia Leta do Rio Novo
Viewing all 196 articles
Browse latest View live

Grupo da Família de Guilherme e Matilde Balod e visitantes ilustres. | Década de 1940 .


Mas em vez de 600 homens apareceram 6 “manecos” pela estrada da Serra. De Artur Purim para Reynaldo Purim – 1927 -

$
0
0

Ano de 1927
Rodeio do Assucar 13-1-27.
Querido Irmão
Primeiramente envio lembranças e felicitações pelo seu aniversário, se bem que o seu aniversário já passou, mas não tem importância, mas sim que os cumprimentos cheguem ai.

Recebi a tua carta que fala de manteiga, leite e espigas de milho já antes do Natal. Por ela muito obrigado. Mas queria que passassem as Festas para que depois tivesse mais o que escrever e como as Festas já estão longe tenho que me agarrar e escrever enquanto não esqueço.
No Primeiro Natal [Primeiro dia de Natal era o dia 25 e o dia 26 eram as Oitavas ou o segundo Natal] teve Festa com pinheirinho iluminado e naquela noite o tempo estava maravilhoso e gente que raramente tanta foi vista por ai. Também veio um automóvel de Orleans que deixou profunda impressão. Agora através das estradas de Rio Novo frequentemente disparam vários automóveis. Ainda no domingo passado subiu um automóvel pelo Rio Novo e foi até o Barracão e mais tarde voltou. Agora em Orleans existem 3 automóveis.

O programa da festa não foi muito extenso, mas foi muito bonito e interessante. No segundo dia de Natal eu não fui à Igreja. Eu e o Roberto [Klavin] fomos à Grão Pará dirigir um culto lá. A mocidade da Igreja todos os últimos domingos do mês vão ajudar nos Cultos lá. Agora lá está morando o Avelino e a velha senhora do Caciano. O velho Caciano separou-se dela e ajuntou-se com outra e está morando em Palmeiras [Também distrito de Orleans e Estação da Estrada de Ferro D. Tereza Cristina e hoje Pindotiba].

O pessoal de Grão Pará manda muitas lembranças para você e pedem que quando você voltar não se esqueça de visitá-los. Lá em Grão Pará os primeiros cultos foram muito bem frequentados. E é muito natural que em qualquer lugar onde o Evangelho é anunciado lá também o mal não fica em paz. Por isso no princípio de dezembro apareceu um jesuíta nômade que quando soube que nós fomos lá pregar ele separou uma semana de missas onde a nós disparava torrentes de maldições e ainda incluindo a todos que foram ouvir estas pregações do diabo que eram as nossas. Mas como não notamos nenhuma diferença depois destes anátemas e nada sentimos então na próxima vez nós iremos com mais entusiasmo e também mais pessoas.

Agora que tu já sabes como nós passamos o Natal gostaríamos de saber como você passou o Natal? Tinha Árvore de Natal ou não?

Alguns dias depois das Festas começamos a ouvir rumores de revolução e que nas Serras estão bandos de anarquistas, mas que brevemente vão descer para Serra Abaixo. Estas notícias deixaram todo povo alvoroçado. O assombro de uma invasão iminente foi tão assustador que por dias não se via pessoa alguma nas estradas. Outros diziam que nas Minas [Lauro Müller] já tinham descido 600 homens e logo iriam continuar para Orleans e outros lugares. Mas em vez dos 600 homens apareceram 6 “manecos” pela estrada da Serra. Mas assim mesmo foram solicitadas ao governo tropas com fuzis e metralhadoras. Dizem que estes revoltosos são da Bahia. Que nas Serras ainda tem muitos revolucionários. Até o pessoal de nossa comunidade andava tão assustada que muitos iam dormir no mato. A senhora Paegle acompanhada pelo seu velhinho passava as noites embrulhados em cobertores no pasto encostados numa grande pedra etc.
Desta vez penso que chega de escrever, pois a Lucija também promete escrever e assim você terá muitas notícias de nossa parte. Você possivelmente não está entendendo por que desta vez eu estou escrevendo a lápis. Pois é porque as ratazanas derrubaram o tinteiro com toda tinta. Elas talvez sejam quase a “última praga em casa”. Em toda minha vida eu não tinha visto tantas ratazanas e guaiquicas como este ano aqui em casa..
Com muitas lembranças. APurim.

[Saber com os historiadores que movimento revolucionário foi este]


Filed under: Cartas, de Artur (Otto) Purim Tagged: Aniversário, Automóveis, cartas, estradas, festas, grão-pará, Metralhadoras, Minas, natal, Palmeiras, Ratazanas, Revolução

O Pastor Karlos Stroberg com sua esposa Dª Griselde e o nenê Valfredo.

Foto da Propriedade de João A. Zeeberg no dia de sua mudança para Urubici | – 08/09/1957 -

Mensagem da Igreja Batista Leta de Rio Novo para um operoso dirigente que serviu por muitos anos.

Fotografia da Família de João Alexandre Zeeberg na década de 1950.

Saida de viagem para o Rio de Janeiro na década de 1940

Ontem a noite a temperatura chegou a 40º…| De Lucija Purim para Reynaldo Purim – 1927 –

$
0
0

Rio Novo 13-1-27.
Querido irmãozinho!
Então hoje à noite eu também preciso escrever, mesmo que não esteja com vontade nenhuma devido ao clima muito quente, úmido e opressivo. Tudo isso agravado pelo cansaço devido ao duro trabalho na roça. Quando chega a noite, não se tem nenhuma vontade de escrever.
O tempo está quente e bom há mais de uma semana. Fazia tempo que não chovia, mas sempre está muito quente. Ontem à noite a temperatura chegou a 40C. que é um calor tremendo. Hoje a tarde deu um temporal de vento muito forte virando o mundo do avesso. Hoje choveu um pouco, mas parece que vai chover mais por que hoje à noite os sapos e as rãs estão fazendo um coro como a tempo não faziam.
Sobre o que você me escreve sobre a minha enfermidade. Acho que você adivinhou. Não sei ao certo. Se é somente isso. Não sei se os obstáculos como vontade de estudar, de viajar poderia ser a causa de alguma doença. Por que mesmo eu sou bastante tranquila e não costumo ter nenhum conflito interno por causa de metas não alcançadas, pois se fosse à vontade de Deus que eu fosse estudar Ele mesmo teria mostrado os caminhos e as possibilidades para ir a escola estudar.
É certo que devido às preocupações devido aos muitos trabalhos da roça e de casa também causa grande desgaste, principalmente devido ter que trabalhar em dois domicílios. Agora tenho passado mais tempo na casa dos Leimann por que nós tínhamos que capinar a coivara. A Maria ainda trabalha comigo e seria realmente muito difícil sem ela. Logo teremos que fazer a mudança de volta. Assim eu espero ter uma vida mais leve, pois como estamos agora não podemos mais aguentar.
Desta vez chega de escrever, pois está ficando muito tarde e o Arthurs já deve ter escrito bastante então assim você já terá bastantes notícias daqui.
Ainda muitas felicidades pelo seu aniversário se bem que já o dia certo já passou. Nós planejamos viajar para lá e cumprimenta-lo pessoalmente, mas devido a muitos compromissos e assuntos agendados não foi possível. Sei que você vai compreender quando nós chegarmos lá em outra oportunidade.
Ainda muitas lembranças de todos daqui. Desta é só isso. Se der tudo certo na semana que vem escrevo de novo.
Agora vou ficar aguardando uma longa carta sua contando muitas novidades. Lucija.


Filed under: Cartas, de Lucia Purim Tagged: cartas, Domicílios, Longa carta

Foto das visitas de Curitiba em Rio Novo na década de 1950.

Monumento funerário ao Pastor Alexandre Klavim que foi o primeiro pastor da Igreja Batista Leta de Rio Novo.

Foto complemento da 1199B

Famílias Zeeberg, Gailit e Ukstin em Rio Novo – Década de 1940

Casamento de Osvaldo Auras e Emilija Frischembruder em 13 de Setembro de 1917 em Rio Novo.

…O milho vem bonito e todas as roças e estão estão muito viçosos.

$
0
0

Rodeio do Assucar 2-2-27
Querido irmão!
A tua carta escrita no dia 25 de Dezembro eu recebi no dia 28 de janeiro e por ela muito obrigado, pois esta foi longa e eu gosto quando descreves o modo como você vive, como você está passando, o que você come e se está trabalhando ou não. Agora queria saber mais se tens alguma outra atividade ou somente estudas e depois sai por ai passeando com o seu novo casaco? Aquela camisa que nós costuramos aqui conforme a nossa moda é provável que não estejas usando, talvez seja ordinária demais por que é um trabalho nosso aqui do mato e assim é possível que eles achem graça de uma camisa destas.

Hoje está fazendo tempo bom e está bastante fresco, quase um tanto frio e um ar como fosse um dia de outono. Dias atrás choveu, mas não demais e foi muito bom para a lavoura, noutros lugares sim no domingo passado deu um temporal com granizo e tudo, mas aqui para nós, não deu. As roças este ano crescem muito bem. Agora somente esperamos que apareça nenhuma seca. As plantas de modo geral então o milho que já vem bonito em todas as roças estão muito viçosoas. Logo que plantamos o milho não estava vindo muito bem e as ervas daninhas cresciam demais, mas logo capinamos e começou logo a chover, agora todas as roças estão capinadas, somente a coivara do Rio Novo aquela na beira da estrada falta capinar a segunda vez então assim todas as roças estarão limpas. Aquele velho pasto que nós aramos e plantamos milho, já está com espigas grandes, podes vir comer do modo americano e assim poderemos aprender a “tornear” as espigas.

Este ano não vamos ter melancias, não cresceram e as que sobreviveram estão cheias de larvas, todos falam que este ano não foi bom para melancias.

Uvas nós temos bastante, mas não aqui. Aqui enquanto estavam verdes os cachos eram lindos, mas ainda verdes elas começaram a cair. No Rio Novo ali sim estes ano as uvas estão lindas, doces e você pode comer até dizer chega.

Outra coisa que se você estivesse em casa poderia comer bastante mesmo são os figos, também leite, pois nós temos 3 vacas dando leite. Eu aqui tiro de 2 vacas um balde cheio e a Mamma lá tira da “Bunita” bastante então você poderia tomar leite puro e também o soro de manteiga. Foi bom que você foi para a América, pois aprendeu a tomar soro de manteiga o que aqui você não fazia. Isto foi muito bom que você aprendeu.

É muito bom que você está passando bem e também a comida é abundante. O Artur [Artur Leiman] conta que quando ele estava na Escola passava fome e eles davam tão pouca comida que não dava para sobreviver, assim para 12 estudantes 1 kilo de carne então cozida numa sopa não era suficiente para sobreviver, então quem tinha algum dinheiro comprava algo para complementar e aos domingos era muito pior porque se não conseguisse chegar na hora não tinha mais comida. Por isso uma vez nesta situação eles arrombaram o armário da cozinha e comeram tudo o que acharam e assim você pode imaginar que vida. Por isso o Artur agora está doente e cai por ai, ele não sabe como vai ser a vida dele, pois ele está doente, a esposa dele também e ainda com duas crianças pequenas. Agora ele está em Nova Odessa com toda família, mas logo vai mudar para Itajay para aprender a ser dentista com o Adam da Minna. Esta Minna é aquela Kushmane que algum tempo teria morado com nós. Como que o Artur vai se sair eu não sei. Quando ele veio de Nova Odessa ele deixou toda mudança lá e tinha emprestado 700 mil em dinheiro e viajado pensando que voltaria a estudar. Agora achou que a proposta da Minna era mais conveniente então não sei quantas idas e vindas serão necessárias para acertar tudo. A esposa ele não quer deixar sozinha. Esta vez que ele veio ele gastou os 700 mil até Imbituba então calcule o custo desta viagem. A esposa com cabelo cortado em estilo conforme a ”moda” . E os filhos de óculos. Aqui uns irmãos da Igreja sugeriram que ele se apresentasse a Associação Missionária para trabalhar em Santa Catharina, pois trabalho há bastante e nem falta lugares para tanto onde ele poderia evangelizar. Ele declinou dizendo que todos americanos não cumpriram com o prometido e talvez o Deter não seja melhor. Melhor aprender uma profissão para suprir as necessidades da família e parece que o trabalho de Missões está fora das prioridades dele.

Nós soubemos que a esposa do Willis Leiman faleceu no dia 20 de dezembro deixando 4 crianças pequenas. Ela faz tempo que estava doente com câncer e disso que ela morreu. Para os familiares muitas preocupações. O Willis agora morava em Guarany um dia de viagem de Ijuy. Ele trabalha para a Missão Sueca que trabalha com os alemães.
A Selminha [Selma Klavin] está planejando voltar para o Rio e vai levar mais duas alunas que são a Kornelija Balod e a Klara Salit. Vamos se realmente irão, mas que estão se aprontando estão. Assim o Rio Novo cada dia está ficando mais vazio.

Já agora no dia 10 a Milda Match vai viajar para a Argentina, viagem para a qual faz tempo que está se aprontando. Nenhuma moça daqui não fez uma viagem desta e também nenhum objetivo como o dela foi tentado por nenhuma jovem daqui. Ela está determinada para que aconteça o que acontecer ela tem que ir embora para lá. Que seja para a vida ou para a morte e se fracassar nunca mais chegará perto de seu homem e seu casamento. Faz muito tempo que o Fritz [Fritz Leiman] tinha escrito para o Match sobre o assunto e quando o Arturs chegou, contou com mais detalhes. Começou com uma carta do Zeeberg daqui para o Fritz onde junto foi uma fotografia do pessoal daqui do Rio Novo onde também aparece a Milda e em lá chegando um viúvo chamado Kristian Hainze achou a moça muito bonita e encarregou o seu pastor, o Fritz para que escreva inclusive enviando uma soma de dinheiro para que ela fosse para lá. Assim ela vai embora mesmo, pois sendo homem já vale a pena. Dizem que é um homem gordo de bigodes fartos e pretos e barba de bode. Tem 45 anos de idade. Aqui no pedaço tem gente fazendo gozação porquê o Fritz além de ser pastor lá é encarregado de conseguir esposas para os viúvos de plantão. Agora uma vez que a Milda está indo embora, aqui ela tinha tentado pegar todos, mas não deu certo. Ela queria o Stroberg e por isso ela entrou em choque com todo mundo. Aqui ela está com um conceito muito lá embaixo. Ela queria ensinar o coro e como não deu certo então as reclamações vieram aos montes. Em nenhum dos coros apareceu uma tão manhosa como a Milda.

Logo na semana que vem chega aqui o Pastor Stroberg com a esposa com a qual se casou. A escolhida foi a professora alemã Griselde Bichels de Kuritiba, então vamos ver como ela vai ser.

Na semana passada o Arturs viajou para Lauro Müller onde foi visitar o Ivo Reis, pois ele mora lá mesmo e recentemente faleceu a sua esposa e com eles está tudo bem e manda para você muitas lembranças.

Estou também mandando o endereço do Karlos Salit e assim você poderá escrever para ele.

Desta vez chega de escrever, pois o papel acabou. Ainda tinha algumas coisas para contar, mas fica para outra vez.
Ainda muitas lembranças de todos nós, que estamos passando bem. Lucija.

(Escrito na lateral)
Muito obrigado pelos Cartões de Boas Festas, se bem que não são tão bonitos quanto os do ano passado. Gostei muito do costume dos americanos de mandar presentes durante as Festas. Você pode trazer este hábito para o Brasil. Nas entrelinhas de tuas cartas observei que não é tão logo que você volta para o Brasil. Estou certa disso ou não?
(Escrito na lateral pelo Artur (irmão deles)

A Lucija no dia 14 de janeiro mandou uma carta contendo 2 fotografias como presente para o seu aniversário, recebeste ou não, se não escreva que então eu vou reclamar no Correio, pois elas foram registradas. AP.
__________________________________________-


Filed under: Cartas, de Lucia Purim Tagged: agricultura, cartas, clima, Dentista, Estudos, frutas, Laticinios, vestuário

Foto do Vilson Purim sentado em uma abóbora produzida no Rio Novo. Década de 1960.


Local de Batismos junto ao Templo da Igreja Batista de Rio Novo.

Foto da Família Feldmann já morando em Orleans.

FOTO DE JOÃO REINALDO PURIM DE QUANDO ERA ESTUDANTE NO MILÊNIO PASSADO.

A Festa do Aniversário da Igreja foi um sucesso. | De Lucija Purim para Reynaldo Purim – 1927 -

$
0
0

Rodeio do Assucar 23-3-27

Querido maninho! Saudações!!

A tua carta escrita em 31 de janeiro eu recebi no dia 19 de março pela qual o meu muito obrigada. Esta carta realmente demorou muito para chegar. Ela foi postada em Louisville e não sei se não ficou parada muito tempo no correio de lá.

Agora nós estamos bem e todos com saúde. O tempo está assim quente e chuvoso. Semana passada sim choveu demais e todos os riachos estão urrando de tanta água. Esta semana apareceu algum sol pela manhã e chove também à tarde. Agora estamos cortando arroz que este ano não está estas coisas. Durante duas semanas justo na floração fez uma seca e calor que prejudicou muito. Os italianos estão dizendo que não vale a pena colher, mas o nosso não está tão ruim assim. Vamos ter suficiente para fazer belas sopas. Este ano as demais culturas estão vindo muito bem. O milho está com espigas bonitas e as ventanias pouco derrubaram. Somente no Rio Novo um pouco. Este ano houve diversas tormentas que destruíram muitas roças pelas vizinhanças, mas as nossas roças ficaram intactas.

Agora o Stroberg [Pastor Karlos Stroberg] está de volta, chegou dia 24 de fevereiro agora acompanhado de sua esposa. Na outra noite teve a festa de Recepção que apresentou um programa muito bonito. Teve hinos, poesias, sermões, etc. Quem dirigiu foi o Zeeberg. Após esta parte teve café pão e bolos. O Stroberg não vai voltar mais a Escola, pois já acabou o Curso e agora é tempo de trabalhar. Ele foi a Mãe Luzia e na volta parou em Tubarão onde foi organizado um culto em brasileiro, aliás, muito concorrido. Todos homens do Governo e da Justiça estiveram presentes e ouviram com muito respeito e ainda pediram que voltassem breve.

O Oscar de Oliveira deixou as suas transações com a Igreja Católica e trabalha firmemente contra ela e ainda quer participar de nossa Igreja aqui. E só o Stroberg querer ir trabalhar que oportunidades não vão faltar, pois existe um grande campo em toda redondeza onde deve ser pregado o Evangelho.

A Festa de Aniversário da Igreja no domingo passado também foi um sucesso. O tempo estava bom pela manhã e logo depois da Escola Dominical começou o programa. O templo da Igreja estava cheio, Brasileiros, italianos, grandes personalidades de Orleans. Vieram três automóveis de Orleans que antes nunca tínhamos visto. O programa foi longo e foi dirigido pelo Stroberg que falou em leto e em brasileiro. O café com pães e bolos também foi delicioso, pois foi feito pelo Zeeberg e pelo Jekabs Karkle.

Para mim pareceu que você ficou assustado com as notícias da minha última carta. Bem eu faço questão que você escreva e dê a sua opinião sobre este assunto, pois fico satisfeita e alegre que uma pessoa mais experiente que eu, pois eu não quero tomar nenhuma atitude sem consultas e consenso. Não concordo com a premissa que o Eduardo [ Eduardo Karp o pretendente] seja ruim, quanto eu conheço e que os outros dizem ele é uma pessoa muito inteligente. Você afirma que ele não pertence à Igreja e sobre isso eu também tenho pensado, mas quando você tivesse a oportunidade de conhecer os outros jovens que são da Igreja então você diria que eles nem sabem o que é uma Igreja. Falam mal, e ainda comportam-se pior que muitos de fora. É claro que não são todos como, por exemplo, alguns filhos do Karklim se eu tivesse que procurar alguém deles melhor nenhum.
Obrigada pela promessa de ajudar-me, agora estou com o pensamento de esquecer tudo isso e ir para a Escola, pois até agora nunca tivera oportunidade e não sabia que poderias me ajudar. Ainda não tenho nada definitivamente decidido, mas na próxima carta eu escrevo mais e assim poderemos definir as alternativas por isso não quero que fique preocupado, pois tudo vai dar certo, pois eu não sou uma sonhadora deslumbrada que não pensa no futuro.

Ainda muitas lembranças de todos nós aqui. Luzija.

[ Parece que o Reynaldo para tirar a irmã da jogada acenou com a possibilidade dela ir estudar]
_____________________________________


Filed under: Cartas Tagged: Aniversário da Igreja, cartas, clima, Colheitas, Culto, escola, Estudos, igreja, Namoro, Pastor

Foto do Atelier de Costura e Bordado da Família Balod em Rio Carlota- Década de 1940.

Viewing all 196 articles
Browse latest View live