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Pessoal da Igreja Batista de Orleans em apoio a Eventos na Igreja Batista de Rio Novo.


Estou assorberbado de trabalho durante o dia e parte da noite.| De Artur Purim para Reynaldo Purim – 1927 -

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Rodeio do Assucar 15-4-1927

Querido Irmão

Primeiramente envio muitas lembranças de nós todos e desejo uma Festa de Páscoa muito alegre celebrada em companhia dos crentes que se alegram por que Cristo ressuscitou.

A tua carta escrita no dia 20-2 recebi no sábado passado e pela qual muito obrigado. Já são duas as cartas que recebi sem que tenha respondido. Sobre aquela primeira pouco sei o que posso responder. Dizer que a recebi etc.. Faz bastante tempo que a recebi. Hoje como é Sexta-feira Santa [Leelaja peekdeena igual à Sexta-feira grande] e para o culto eu não fui, mas fiquei em casa para poder te escrever alguma coisa, pois em outros dias a gente não tem tempo. Estou muito assoberbado de trabalho durante o dia e parte da noite. Como você sabe este ano nós vamos fazer mudança desta casa para o Rio Novo com todos os pertences e animais, portanto já estamos levando aos poucos uma coisa e outra para que depois não sobre tanta coisa para levar e por isso estou com serviço demais para levar esta imensidão de coisas e nem sabemos onde nós vamos amontoar tudo isso e deixar nós não queremos e vender não dá, porque ninguém quer comprar. E todas estas viagens eu faço a noite por que durante o dia a temperatura está muito alta e também não teria tempo durante o dia por que o carreteiro sou eu sozinho e em alguma noite quero ir para Igreja e nos sábados à noite vou aprender violino com o Puijchel do Augge [Deve algum filho do Augusto Felberg] e ainda sou sócio da Sociedade de Música e assim você pode imaginar como se desenrola a minha vida por aqui. Assim não sobra muito tempo para escrever cartas nem coisas similares. Se houvesse alguma noite vaga iria aprender brasileiro, inglês etc. nas aulas uma vez por semana dadas pelo Stroberg. Cada Aula custa 500 réis por noite.

Agora vou escrever sobre um assunto do artigo que quero comprar isto é uma bicicleta para facilitar as locomoções. O pessoal de casa protesta dizendo que este tipo de máquina é desnecessária etc. Eu tenho avaliado bem este assunto e acho que será muito útil. Tenho pensado muito se ele tem direito de fazer esta campanha contra ou eu não tenho direto de usufruir nada. Será que eu sou diferente de qualquer outra pessoa de casa. Será que eu não tenha trabalhado diligentemente. Ou será que não vale a pena se esforçar e trabalhar dia e noite para depois não poder usufruir nenhum benefício. E se houvesse um motivo e este motivo fosse explicado. Se eles não gostam deste equipamento, mas eu gosto e assim não deveriam proibir. O Paps diz se eu tenho tanta “fome” de andar de bicicleta, será que eu vou continuar com vontade de derrubar as matas e capinar as roças? Aqui faltam mais esclarecimentos. Por que somos cristãos se nós não queremos levar esta luz para os outros ou o Evangelho é somente para nós? Como eu já escrevi sobre o trabalho missionário em Grão Pará no qual eu fui no mês passado. Os cultos são bem concorridos apesar de ser um lugar onde os católicos são os mais ferrenhos nestas redondezas. Neste dia eles os padres também tinham as suas missas, mas a humilde casa do Avelino esta totalmente tomada inclusive gente do lado de fora. Também há os que nem chegam nem perto. Na próxima vez vamos eu e o Stroberg e as reuniões serão em outro ambiente bem maior e mais no centro. É um trabalho muito interessante se bem que longe e a cavalo são 4 horas de viagem bem andadas. Por isso eu quero comprar uma bicicleta e com ela fazer o trabalho lá, pois a topografia da estrada é relativamente plana.
[Carta do Artur, da qual falta o final].


Filed under: Cartas, de Artur (Otto) Purim Tagged: Bicicleta, cartas, clima, grão-pará, igreja, páscoa, trabalho, Violino

Pastor Karlos Stroberg e Dª Griselde trabalhando em todo sul Catarinense. – 1952 -

Encontro do pessoal da Igreja Batista de Rio Novo na residência de João e Hilda Zeeberg.

Uma viagem missionária do Pastor Karlos Stroberg. – 1927 – De Lucija para Reynaldo Purim

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Rio Novo 26 de maio de 1927

Querido maninho. Saudações!!

Recebi a tua carta escrita em 24/03/27 há bastante tempo atrás, mas não tinha tempo de responder, porquê aqui temos muito serviço e quando a gente trabalha demais durante o dia não tem gosto nem vontade de escrever à noite.

Serviço aqui não falta e ainda o deslocamento de uma casa para outra então para mim e para as correrias, nós temos de sobra.
Aqui nós estamos passando relativamente bem, O tempo também está bom e quente. Umas semanas antes veio uma chuva muito forte e depois quando limpou veio uma grande geada. Para a maioria das pessoas a geada matou muito feijão, o prejuízo foi muito grande. Nós fomos espertos, pois nem feijão nós não plantamos e por isso não tínhamos feijão para a geada matar. Agora o tempo está bom e já há algumas semanas é bastante quente apesar das manhãs serem bem frescas, mas quando chega ao meio dia o suor escorre como no verão, apesar dos dias serem muito curtos.

Hoje é o dia da Ascensão do Senhor e houve uma festa com programa especial na Igreja liderado pelo pessoal da Escola Dominical que foi até o meio dia. As crianças apresentaram poesias, hinos e músicas especiais e àquele café com pão e bolos por 400, réis por pessoa. Há tarde foram correr e fazer piquenique.

Foi hoje também que o Stroberg contou os detalhes de sua viagem, pois ele chegou em casa somente na terça feira à noite de sua viagem missionária que durou 10 dias quando visitou os irmãos da Igreja de Mãe Luzia onde o trabalho foi muito bom. O comparecimento aos cultos foi grande e houve um avivamento e conversões ao lado de Jesus e quando na próxima viagem deverão ser efetuados batismos. O Stroberg ainda foi a Laguna, Tubarão, Pedras Grandes locais onde organizou cultos em clubes e outros locais todos bem concorridos por pessoas muito atenciosas. Insistiram para que voltem liberando locais como clubes e outros lugares inteiramente sem qualquer ônus para a realização destes trabalhos insistindo que levem com os corais e também os músicos. Agora o Stroberg tem um campo muito vasto e não sabemos se ele vai dar conta por que há lugares muito longe. No domingo eles vão a cavalo para Grão Pará onde também eles são bem recebidos pela população local.

Ainda o Karlos Stroberg e um dos Klava foram 6 horas a cavalo e seguidos por outros rapazes carregando instrumentos musicais foram até um pequeno povoado chamado Meleiro habitada por gente de sentimentos muito nobres e é liderada pela distinta família Napoli [ Pode ser algum ramo da família de Miguel Napoli , importante administrador da Cia Metropolitana que foi a Colonizadora de Nova Veneza e adjacências – Ver História de Nova Veneza de Zulmar H. Bortoletto. Pref. Mun. Nova Veneza.] e nesta pequena cidade celebraram um culto muito bem concorrido. Até o padre pôs a disposição o templo da Igreja Católica. Mas, o templo dele era muito pequeno assim mesmo agradeceram e declinaram de tanta consideração, mesmo porquê outro local maior já tinha sido preparado, mas eles fizeram prometer que em outra oportunidade a oferta continuaria em aberto. Os filhos do senhor Napoli disseram que se as visitas continuassem regulares eles iriam construir um local apropriado definitivo isto é um templo para a Igreja.A escola regular aqui no templo da Igreja conta agora com 17 alunos. Quando o Stroberg está em casa, é ele com a Griselde que dão as aulas para as crianças. Quando o Stroberg tem que ir a algum lugar,, então, a Griselde sozinha domina as crianças desobedientes.

Você escreveu para o Karlos Salit? Aqui corre um boato que o Karlis teria casado.

Hoje vou ter que terminar porquê já é tarde e hoje também eu pulei cedo quando o sol apareceu por detrás da Serras eu já tinha dado comida para todos animais e tinha que me apressar mesmo para chegar na hora na Igreja. Amanhã também eu tenho que levantar cedo para Orleans para levar manteiga e ovos.

Ainda teria muito que escrever, pois eu não sei resumir então eu vou continuar na semana que vem quando vou escrever outra vez.
Lembranças do pessoal de Larangeiras e da senhora do Caciano.

Agora vou esperar uma longa carta com muitas notícias.
Ainda muitas lembranças da Lucija.


Filed under: Cartas, de Lucia Purim Tagged: cartas, clima, Feriado, Lembranças, Viagem missionária

Grupo de pessoas da Igreja Batista de Rio Novo na casa de Alberto E.Purim na década de 1960.

Grupo de Jovens da Igreja Batista Leta de Rio Novo na década de 1910

Culto na residência de Adoilfo/Emma Burmeister durante a construção do último templo da Igreja de Rio Novo


Festa da Melancia na propriedade de João Leepkaln no Rodeio das Antas na década de 1950.

Agora nos estamos passando suficientemente bem. | De Lucija Purim para Reinaldo Purim – 1927 -

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Rodeio do Assucar 27 de julho

(Não esta grafado o ano, mas pelo contexto infere-se ser de 1927).

Querido irmãozinho!

A tua carta escrita em 19 de maio recebi. Muito obrigado. Agora o envio e recebimento de cartas não são como antigamente como quando você morava no Rio de Janeiro, pois naquele tempo as cartas iam e voltavam rápido, mas agora demoram até 3 meses ou mais e quando elas se desencontram ai a gente cansa de esperar por elas e às vezes passa o mês sem que a gente receba carta alguma.

Nós agora estamos passando suficientemente bem. Todos mais ou menos sãos, agora eu peguei uma tosse muito forte, mas não fui para a cama. Na semana passada sim o Paps foi para a cama, mas agora já está bom. No final do mês passado o Arturs ficou doente com a febre [Deve ser malária, pois esta doença era comum ainda quando eu era pequeno e morava lá.]. Ficou de cama algumas semanas e tanto que eu tive que ir a Orleans em busca de remédios para ele, então depois ele sarou, mas a febre está atacando a muitos por ai.

Agora o tempo está bom e está frio, já faz quase um mês que o tempo se mantém bom e muito frio e toda manhã amanhecia tudo branco. Agora tudo está morto queimado pelas geadas. O gado não tem nada verde para comer. Agora na semana passada ficou um pouco mais quente e no sábado a tarde veio uma chuva, mas no outro dia que o tempo amanheceu limpo e está geando outra vez. Estou um tanto cansada de tanto frio e gostaria que fosse um pouco mais quente, mas nem tudo que uma pessoa quer nem sempre acontece. Um inverno frio como este fazia muito tempo que não acontecia como está sendo este ano. Deverá haver a partir de agora um bom verão. Não deverá haver tantas lagartas e besouros que comem as plantações e assim podem se desenvolver melhor. Aqui os italianos dizem que se não há um inverno rigoroso, então no verão nada se desenvolve bem. Agora eu não concordo inteiramente porque no ano passado não tivemos um inverno frio e as plantações para nós foram ótimas.
O milho já está todo colhido e guardado nos paióis, portanto poderemos tranquilamente comemorar a Festa da Colheita. Este ano o milho desenvolveu-se muito bem e muito melhor que no ano passado, pois colhemos 35 carradas [Em um carro de boi cabiam x jacás ou balaios de milho tanto se fosse usada a seve que era uma cobertura lateral e também frontal fixa aos fueiros feita de taquara e cipó de um metro de altura fazendo com que o aproveitamento da mesa do carro de boi fosse totalmente otimizada para o transporte do mesmo ou se fosse usada a armação gradeada de madeira que tinha a mesma finalidade, mas em vez de ser uma peça flexível era composta de duas laterais com encaixes apropriados para duas tampas uma dianteira e outra traseira, mas também fixada nos mesmos fueiros.] e em todas as roças as espigas eram grandes quase não sobrando restolhos [Restolho era uma segunda espiga do colmo ou uma não bem desenvolvida usada naquele tempo para alimentação das vacas e isso era feito enquanto eram ordenhadas. Não eram dadas espigas grandes porque elas podiam engasgar e se afogar. Naquele tempo lá não existiam os desintegradores e quando não havia espigas pequenas as normais eram cortadas com facão ou machadinha. Como o milho era armazenado do modo que chegava da roça era feita catação na hora da necessidade e muitas vezes quando a noite no escuro devido a falta de luz a avaliação era feita baseada no tato] para alimentar as vacas.

No mês passado no dia 26 morreu o velho Auras, ele ficou doente vários meses. A doença dele começou com um resfriado e apesar dos familiares acharem que ele iria sobreviver e ficar bom, pois ele não era tão velho, pois tinha somente 56 anos de idade, mas agradou ao Senhor leva-lo para a sua nova habitação e a sua glória. Resta o desconsolo dos familiares e amigos.

O pastor Stroberg na semana passada esteve em Mãe Luzia acompanhado de músicos e cantores que foram dar apoio ao seu trabalho. Depois foram também à Laguna também fazer trabalho de evangelização. Voltaram para casa muito felizes porque o trabalho foi um sucesso. Em Laguna eles foram agraciados com a cessão do Teatro inteiramente grátis então houve um grande auditório de gente atenciosa e ainda solicitando para que fossem outras vezes. Também tiveram um grande apoio de uma distinta família presbiteriana que ajudou a providenciar o auditório e divulgar as atividades. Para o pastor Stroberg as portas estão abertas em toda parte e só ir trabalhar, mas como pode uma pessoa sozinha fazer tudo e ainda mais complicado devido as grandes distâncias e assim dificulta o acesso.

Na semana que vem é esperado o Missionário Deter aqui. Vamos ver se vem mesmo, pois algumas vezes têm prometido e não tem conseguido vir.
No dia 22 de junho viajou para o Rio de Janeiro o Alexandre Klavin acompanhado o Wiktor Staviarsky. O Alexandre vai para o Colégio aprender ser Professor.
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Então depois de passado um bom tempo que eu comecei escrever esta carta, já há mais de um mês então tenho que continuar. Na semana passada recebi a tua carta escrita no dia 24 de julho e por ela muito obrigado e fiquei feliz por que você respondeu rápido. Eu nunca tinha sido tão preguiçosa como agora, mas também não vou ficar me desculpando como faz a Lilija [Lilija Purens a prima de Nova Odessa] Tenho ouvido falar ai por outras pessoas que a Lilija ficou noiva de um Fulano de tal, mas para nós ninguém escreveu nada. Vou ter que escrever e perguntar se é assim mesmo.

A festa de aniversário da Igreja [O aniversário da Igreja era dia 20 de Março]foi muito boa, o programa bastante extenso. Chovia torrencialmente, mas o templo ficou repleto e quando tem café grátis com acompanhamentos então ainda mais fácil vir muita gente. Tinha 3 visitantes de Mãe Luzia e um de Kuritiba que é o pastor de lá o Djalma Cunha, Ele trabalhou muito no Norte do Brasil e estudou no Seminário Teológico de Recife e agora está em Kuritiba. Ele é bastante jovem e ativo tem 33 anos e a cor morena queimada pelo forte sol do Nordeste. Ele veio uma semana antes da Festa, sem ninguém estar esperando e foi embora uma semana depois. As lições que o Pastor Djalma Cunha ofereceu no Instituto Bíblico foram ótimas e valeu a pena mesmo, lamentável foi que coincidiu com a época das grandes enchentes, pois chovia sem parar e assim muitas pessoas não puderam vir. Também havia planos para fazer cultos de evangelização em Orleans e pelo mesmo motivo deu em nada. O Pastor Djalma prometeu voltar no mês de outubro por ocasião da Festa de Aniversário da União da Mocidade e também quer apresentar um Curso baseado no livro “Manual da Mocidade”.

Depois do Instituto no dia 22 de março houve o Casamento do Willis Slengmann com a Elvira Salmin Stroberg que era viúva. Então você pode imaginar todo povo marchando num imenso lamaçal para a casa dos Slengmann. Agora eles não moram lá dentro onde eles moravam antes e sim desceram para lá um pouco acima do passo do Rio Novo [Neste lugar onde os animais, carros de boi, arranhas e galeotas passavam por dentro d’água. Somente os pedestres e os cachorros passavam por uma pinguela. O meu pai que trazia mercadorias da Estação da Estrada de Ferro para a venda do Tio Eduardo Karp neste lugar muitas vezes teve que passar toda mercadoria nas costas devido o rio estar cheio demais].
Já no meu tempo quem morava ali era o Eugenio Elbert casado com a Alida Slengmann e continuavam com a atafona moendo milho, sal, etc. e também tinham uma trilhadeira onde nós levávamos trigo cortado para ser debulhado. [Ao redor da casa havia muitas árvores europeias como bétulas, plátanos etc.]. Ele mora agora onde o outro Slengmann tinha uma atafona junto ao Rio Novo onde que a gente sempre tem que atravessar.

Durante a Páscoa o tempo esteve bom e muito quente como fosse pleno verão, raramente houve calor assim, mas depois começou a chover outra vez. As Festas da Páscoa transcorreram calmas por que o Pastor tinha ido a Mãe Luzia e nós aqui ficamos sem o Pastor. Ele ainda foi a Laguna. Em Laguna o trabalho vai em frente apesar de com tanta rapidez não é possível fazer obras grandiosas. Se lá tivesse um obreiro fixo então teria muito mais oportunidades de que o trabalho fosse para frente rápido e não como hoje quando as viagens são quase esporádicas. O Pastor Stroberg tem muito trabalho então ele convide e convoca outras pessoas para o auxiliarem, mas as dificuldades são que muitos lugares são distantes e de difícil acesso. Na semana que vem o Pastor planeja ir, a Urubici, no outro lado das Serras. Ele quer visitar os Grikis e os velhos Bruvers. O mano Artur está planejando ir junto e vamos ver se vai mesmo.

Não me lembro se já escrevi sobre o casamento do Werner Grikis com a Elza Sanerip no dia 30 de setembro do ano passado.

A senhora Klavin da “mata [Mejza Klavene – Distingue a Senhora Klavin que morava no Rio Novo (Katy) da outra que morava lá no interior da Invernada –nas matas. Esta senhora era da família Malvess e antes fora casada com o Simpson que depois de viúva casou com o Klavin.] está muito doente e não sei se vai sobreviver, ela sempre foi um pouco doente, mas não tão gravemente com agora, pois agora sempre está de cama.

Junto com esta estou mandando uma fotografia de um piquenique no pasto do Augusto Felberg e a outra é do coro da Igreja do Rio Novo. Agora não está mais tão grande. Você ainda pode reconhecer alguém? Quem está sentada ao lado do Osvaldo Auras é a Lídia Stoberg irmã do pastor.
A terceira fotografia a pessoa [Deve ser do Eduardo Karp, naquela época, namorado dela.] que aparece se você não a conhece não tem importância ele também quer conhecer você melhor e manda muitas lembranças e votos de bem estar.

Se na América onde você está tem pêssegos e melancias deliciosas então mande as sementes para nós plantarmos aqui. Tudo o que for bom e barato pode mandar. Também cartões e outras publicações onde aparecem os lugares onde você está também pode mandar. Quando você vem para casa? Pelo que eu deduzi das suas últimas cartas você está pensando vir para este lado.
Bem desta vez chega de “imprimir”, pois já está uma longa carta e eu também não tenho mais papel. Aquela carta escrita para o Arthur foi recebida há muito tempo. Ainda lembranças de todos aqui. Agora fico aguardando longa carta sua. Lucia.

(Escrito na lateral)
O endereço do tio André é o seguinte:
Ratujza Iela N.17 – Jaunjelgava – Latvija.
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Alina Karp filha de Eduardo Karp e Lucia Purim Karp .

Elementos da Família Balod em Orleans .

Eu naquela vez não consegui escrever e assim ficou para outra semana …| de Lucija Purim para Reynaldo Purim – 1927 -

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Rio Novo 01 de setembro de 1927

Eu naquela vez não consegui escrever e assim ficou para outra semana e então ficou “até agora”.

Nós tínhamos que fazer a mudança aqui para o Rio Novo, então serviço tinha demais até trazer tudo para cá então agora ficou somente o milho lá no paiol e a mandioca nas roças que depois nós teremos que ir buscar, mas agora todos estão morando aqui e assim mesmo temos serviço demais. Já roçamos um pedaço do pasto que depois de queimar, vamos arar e depois plantar milho e grama. Então não fique tão admirado por que eu estou atrasada com a escrita de cartas por que durante o dia a gente tem que trabalhar na lavoura e a noite vem um sono tão forte então quando a gente cai na cama e pela manhã acorda ainda com sono e se tivesse alguém que comprasse o excesso de sono teria para vender.

Na noite de ontem eu fui a Igreja para o ensaio dos hinos para a Festa da Mocidade [O aniversário da União da Mocidade era no dia 16 de Outubro] então recebi uma carta a mim endereçada com a caligrafia totalmente desconhecida. Quando abri vi que era do Rio de uma moça ou dona quem escreveu. Eu não a conheço, mas ela diz que me conhece por fotografias. Ela quer saber quando é o teu aniversário e ela quer que escreva rápido o mês e o dia e é isso tudo que ela queria de mim. O nome dela é Aruclia de Oliveira – Rua Antonio Vargas 23 Estação de Cascadura – Rio- O que ela quer com o seu aniversário eu não sei. Se ela é de Pilares você deve conhecê-la. Eu não vou escrever a data do seu aniversário, mas vou dar o teu endereço para que ela peça direto para você. Ela também queria saber se eu sou mais nova que ela.

Você pergunta sobre a minha ida para escola. Estou sentindo que não vai dar. Eu tenho pensado e avaliado sob todos os aspectos. O pessoal de casa não quer que eu vá para a cidade grande. Se eu for quem, vai pagar os custos? Você promete pagar a metade. Será que eu poderia arranjar o dinheiro para pagar ou quem sabe nem dinheiro para poder voltar. Agora a Escola está muito cara 120$ por mês quem poderá pagar? Quando você foi embora nós ficamos trabalhando para mandar dinheiro para você pagar os seus estudos, mas agora não pode ser mais assim. O Paps e a Mamma estão ficando mais velhos e não conseguem o mesmo o que eles faziam naquele tempo. O Artur sozinho apesar de muito trabalhador não vai conseguir. A época que eu deveria ter ido está longe para traz. Quando aqui tinha aulas na escola eu não era autorizada a ir assistir as aulas por que tinha que ir para a roça plantar, colher, vender para mandar dinheiro para você e estes anos estão longe atrás.

Se alguma vez você trouxe com você o “gaspazu” [Un gadiuma ja tu atvedi sev gaspazu lidz....] então eu não ganhei nada. Aqui faz tempo que o povo fala que no Rio de Janeiro você não conseguiu nenhum e então por isso você teve que embarcar para a América. Você nada escreve nada sobre você mesmo e não é como nós que escrevemos e contamos tudo. [ Devido a dificuldade da tradução desta palavra “ gazpazu “ esta frase ficou completamente prejudicada. Palavra não foi encontrada nos meus dicionários]
O Arturs não diz nada, ele sempre está de acordo comigo e com o que eu faço, mas a Mamma não quer que eu vá para a Escola porque alguma tem morrido e que adianta ir para escola e depois morrer, mas eu não ligo para isso, mas o Paps disse que as moças é suficiente saber cozinhar sopa [Putru] eu sei que não é bem assim, é bom que saiba de tudo, mas quando não é possível então resta se contentar com que a gente sabe e tentar aprender o possível em casa. Ainda aquele caso com Eduardo [Namoro] não está terminado e quem sabe nem termine, pois o nosso pessoal aqui não tem nada contra e eu tenho começado a conhecê-lo melhor, ele é uma boa pessoa e todo pessoal dele é favorável e espera em paz que eu aceite e vá para lá. Ele prometeu te escrever, quando ele escrever então me escreva contando a tua opinião sobre ele, pois você sempre foi sabido e que conheces as pessoas até pela letra.
Por hoje chega outra vez eu escrevo mais.
Ainda mais lembranças de todos. Lúcia.
(Escrito na lateral)
O Romão Fernandes não mora mais aqui, ele faz tempo que mudou para Araranguá para morar lá. O Arturs mandou aquela carta, mas se ele recebeu eu não sei. Ainda muitas lembranças e saudações do Onofre Regis e esposa.


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O Pastor Karlos Stroberg e suas lindas irmãs

Casa dos Match – Mais tarde foi transformada em Escola onde eu senti o mundo desabar sobre mim


Reunião na Residência de João/Hilda Zeeberg com algum evento importante na década de 1950

O Pastor Stroberg trabalha diligentemente, mas não dá conta de ir a toda parte… De Lucia Purim para Reynaldo Purim – 1928 -

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Rio Novo 26 de Janeiro de 1928

Querido irmãozinho – Saudações
Recebi a tua carta escrita no dia 30 de Novembro passado e bem como os cartões e por isso muito obrigado
Não sei o que teria acontecido com as minhas cartas ou não recebestes ou não queres responder. Nós também não recebemos cartas suas, pois a anterior a esta recebemos no mês de Outubro qual eu prontamente respondi. Depois escrevi mais uma carta e como nada acontecia parei de escrever. Fiquei esperando respostas suas e como até agora não tinha resposta às minhas cartas foi motivo suficiente para parar de escrever.
Também pode alguém ter ido ao Correio e apanhado as cartas e devido ao grande interesse e não ter entregado prá nós.
Agora graças a Deus estamos mais ou menos saudáveis, Somente a minha mão direita está inchada e dói, então fica difícil para escrever. Semana passada o Arthur teve febre que o atormentou até que comprei medicamentos e pudemos mandá-la embora.

Agora o tempo está muito quente e chuvoso, pois chove toda à tarde se bem que logo após o Ano Novo esta muito quente e seco e a gente temia que todas as lavouras secassem. Felizmente semana passada começou a chover roncando trovoadas e dando temporais com ventanias derrubando milho nas roças. Nas nossas felizmente o prejuízo foi muito pouco, mas ai pela vizinhança tem muito milho no chão. Este ano parece que o milho vai dar espigas muito grandes e bem formadas. Este ano tudo se desenvolveu muito bem e se você estivesse em casa poderia com bastante frutas. Os pêssegos estavam super carregados mesmo aquelas arvores nas capoeiras tomadas de frutos e este ano sem bichos nenhum. Agora as uvas estão maduras e assim visitas é que não faltam. Também temos muitos pepinos e muitas outras coisas para comer. É uma pena que a gente não dá conta de comer. Eu tenho comido até mais não poder e assim mesmo não consegui engordar. Na próxima carta eu mesmo vou levar até a América e ai você vai poder avaliar se eu engordei ou se estou na mesma.

Na Igreja vão mais ou menos bem, às vezes os velhos ranzinzas gostam de uma polêmica principalmente o Velho Karklin, mas quando não há oponentes a discussão se esvai.
O Pastor Stroberg trabalha diligentemente e com muita boa vontade, mas não dá conta de ir a toda parte aonde o chamam. Em Laguna o trabalho vai muito bem e ainda no mês passado pagamos os 40,00 mil réis do aluguel do Salão. O Deter tinha prometido que deste ano em diante ele mandaria pagar e agora chega à notícia que ele não tem o dinheiro, mas nós aqui decidimos que o trabalho da pregação do Evangelho é muito importante e que tem que continuar principalmente neste local que o povo é muito receptivo e sempre pede que a gente volte. No dia 6 de Janeiro dia da Estrela ou dia dos Magos foi daqui uma caravana de cantores e outras pessoas e somente o Pastor não pode ir, pois nestes dias nasceu o Valfredo o primeiro filho da Dª Griselde e pastor Stroberg. Quem dirigiu os trabalhos lá em Laguna foi o Aléxis e o Siguismundo Anderman de Mãe Luzia. Se o Pastor tivesse ido teriam sido realizados os batismos e daí o Francisco da Cruz e sua esposa teriam sido batizados como os primeiros deste trabalho. Estes já são ativos professores da Escola Dominical onde estão matriculadas mais de 20 crianças. Agora Deus providenciou para que não seja mais necessário pagar os 40 mil réis, pois conseguiram salão mais confortável por apenas 20 mil réis e o povo de lá tem muita boa vontade e tenta fazer o mais barato possível para a continuação do trabalho. Em Grão Pará também o trabalho é bem acolhido e no mês passado eu fui a cavalo junto com 8 cantores e naquele dia tinha uma assistência de mais de 100 pessoas. Em toda parte há bastante trabalho, mas o Pastor não dá conta de atender a todas as necessidades o que o deixa um tanto frustrado.

Acho que devo terminar de escrever, pois estou com muito sono e o braço dói muito. Se você escrevesse uma carta tão longa pra nós traria muita alegria e satisfação. Mas parece que você não gosta mais de escrever para nós aqui, a Mamma já disse que quando você precisava alguma coisa de casa então lembrava facilmente de escrever e como agora não precisa então rapidamente esquece-se da gente.

Ainda amáveis lembranças de todos nós aqui e que te vá muito bem.
Fico aguardando resposta tua
Lúcia
PS
[Ainda os que faleceram no ano passado foi o velho Paeglis e no último dia do ano foi a velha senhora Tesmann. Ainda recebemos a triste notícia da Argentina onde no dia 17 de Dezembro a Senhora Kristina Leimann separou-se desta vida indo para o lar celestial de encontro com os seus que foram antes.,]


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O 2º Templo da Igreja Batista Leta do Rio Novo feito com lascas de madeira de louro. – 1897 -

Piquenique na Fazenda de Alexandre Sandrini em Braço do Norte – A direita corre o Rio Braço do Norte – Década de 1940

Grupo de pessoas da Igreja de Rio Novo na propriedade de Alberto Purim na década de 1960

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